segunda-feira, 15 de abril de 2013

Como Lançar a Depreciação no Fluxo de Caixa.


Depreciação e fluxo de caixa


         Muitas pessoas que começam a estudar Contabilidade e Finanças têm dificuldade em assimilar a idéia da depreciação e como ela aparece no fluxo de caixa, já que é lançada no final com sinal positivo, como se fosse uma entrada de caixa. Tentarei esclarecer algo disso aqui.

Veja um exemplo de fluxo de caixa.
FLUXO DE CAIXA SIMPLIFICADO ANO X (em R$)
saldo inicial10.000,00
(+) receita vendas80.000,00
(-) custo dos produtos(40.000,00)
(-) despesas(30.000,00)
(+) depreciação20.000,00
saldo final40.000,00
Para ilustrar, suponha que uma empresa fabricante de alimentos adquira uma nova máquina para embalar seus produtos por R$ 100.000,00.
Toda máquina tem uma vida útil e deixa de ser utilizada após um tempo, seja por desgaste pelo uso, ou por se tornar tecnologicamente obsoleta. A depreciação pode ser vista como uma forma de distribuir o custo da máquina ao longo de uma vida útil pré-determinada. Obviamente, quando se compra uma máquina, não se tem certeza do período de tempo durante o qual será usada. Ela pode quebrar após 2 anos de uso ou pode ser usada durante 30 anos ou mais.
A Legislação Tributária determina a vida útil a ser considerada para efeito de depreciação para os diversos tipos de bens (ativos). Máquinas de produção normalmente têm vida útil estipulada entre 5 e 10 anos. Vamos considerar no exemplo em questão que a vida útil seja de 5 anos.
Isso significa que a empresa poderá lançar a cada ano uma despesa de R$ 20.000,00 a título de depreciação (R$ 100.000,00 em 5 anos = R$ 20.000,00 por ano). Este é o sistema de depreciação linear, o mais comumente utilizado. Há outros sistemas em que o valor da despesa de depreciação não é constante ao longo da vida útil.
A empresa, portanto, lançará durante 5 anos uma despesa de R$ 20.000,00. Porém, a depreciação é uma despesa chamada não-desembolsável, porque a quantia referente não sai do caixa da empresa. Em nosso exemplo, a empresa pagou o valor da máquina no momento da compra (ela pode ter feito um financiamento, nesse caso o valor da máquina entra como dívida da empresa).
Vamos supor que o ano X acima seja o terceiro ano de utilização da máquina. A depreciação desse ano - no valor de R$ 20.000,00 - não saiu do caixa da empresa, mas sim saiu do caixa no momento da compra da máquina. A depreciação é lançada no grupo custo dos produtos ou no grupo despesas). Esse valor é então devolvido no fluxo de caixa, compensando a saída que não foi concreta.
As empresas apuram o lucro todo ano (através da DRE - Demonstração do Resultado do Exercício), e esse lucro apurado, entre outra funções, serve como base para o cálculo do IR e outros tributos, e também para a distribuição de lucros/dividendos para sócios/acionistas. Um dos principais efeitos da depreciação é diminuir o lucro apurado, fazendo com que a empresa pague menos tributos e distribua menos dividendos, com relação ao que faria se não houvesse a despesa de depreciação.
DRE SIMPLIFICADA ANO X (em R$)
receita vendas80.000,00
(-) custo dos produtos vendidos(40.000,00)
(-) despesas diversas(10.000,00)
(-) despesa depreciação(20.000,00)
lucro apurado10.000,00
A tabela acima mostra a DRE simplificada da empresa em questão, onde é possível ver que dentro das despesas de R$ 30.000,00 (mostradas no fluxo de caixa mais acima) há a despesa de depreciação no valor de R$20.000,00.
Do ponto de vista gerencial, o fluxo de caixa tem uma importância maior para as empresas, porque é ele que mostra efetivamente a situação financeira, se vai faltar dinheiro em determinado período e se será necessário um empréstimo de capital de giro, por exemplo. O que o fluxo de caixa faz, basicamente, é pegar a DRE e somar as despesas não-desembolsáveis, porque como vimos, nessas despesas o valor referente não é gasto. Por exemplo, no ano 5 a empresa lançará R$ 20.000,00 como despesa de depreciação. Esse dinheiro sairá do caixa da empresa? Não, a depreciação serve para distribuir o valor gasto no momento da compra ao longo da vida útil, por isso o fluxo de caixa "devolve" esse valor como se fosse entrada de caixa. A despesa de depreciação, que entra na DRE com sinal negativo, sai no fluxo de caixa com sinal positivo.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Cadastro de Estudantes de Contabilidade no CRC

O Conselho Federal de Contabilidade, com o intuito de se aproximar das Instituições de Ensino Superior, está promovendo um grande CADASTRO NACIONAL DE ESTUDANTES.
Esse cadastro, que não é obrigatório, servirá de base para que o CFC possa ter maior contato com os futuros profissionais da contabilidade.

Para preencher o cadastro, acesse: http://portalcfc.org.br/noticia.php?new=7291

domingo, 7 de abril de 2013

Controladoria.


                                          Centro de Ensino Superior de Catalão - CESUC
Divino Rafael Lopes*
PRINCIPAIS PONTOS DE ESTUDO TEORIA DE CONTROLADORIA (avaliação de 08/04/13)


CONTROLADORIAàE um segmento da contabilidade ou administração que pode ser dividida em administrativa e contábil, geralmente comandada por um controller.
ControladoriaàAdministrativa ou contábilà controller
Área de staff, geralmente e fora da grade hierárquica da empresa.
As frequentes mudanças no cenário econômico fazem com que as empresas invistam em qualidade e o controller. É voltado a gestão econômica das empresas com o fim de orientar para a eficácia, lutando pela otimização dos resultados globais. E principalmente de maneira a atender os anseios dos stakeholders.
A finalidade da controladoria e garantir informações adequadas aos processos decisórios, buscando a eficácia gerencial.
As Responsabilidades e as atividades básicas são: Planejamento, controle, informação, contabilidade e outras informações.
àPlanejamento e o plano integrado a curto e longo prazo
àcontrole e a revisão e a comparação com a realidade
àcontabilidade tem a função de manter os registros de todas as transações financeiras nos livros contábeis de acordo com as legislações.
àoutras informações tais como administrar e supervisionar cada atividade de impacto, bom relacionamento com os auditores internos e externos, etc.
Definição de CONTROLLER. E o gestor encarregado do departamento de controladoria. Seu papel e zelar pelo bom resultado da empresa, fazer com que as atividades desenvolvidas em conjunto alcance resultados superiores aos esperados e superiores a aqueles que a organização alcançariam se não tivesse um profissional de controladoria.
FORMAS DE ATUAÇÃO DO CONTROLLER: Pode ser de subordinação ao diretor financeiro no qual ira exercer a função de um gerente de contabilidade, ou pode ser de subordinação diretamente a alta administração, atuando como um órgão de staff.
Staff (função básica) é sintetizar e analisar as informações e envia-las as pessoas certas na hora certa. Profissional que ira controlar e definir todo o fluxo de informação da empresa.
O BOM CONTROLLER tem que conhecer o ramo da atividade contábil e a historia da empresa, além de ser capaz de analisar as demonstrações contábeis e transforma-las em gráficos e principalmente saber interpretar oralmente e escrito tais informações para contribuir para a tomada de decisão.
As principais características do controller e ser ético, imparcial, proativo, conselheiro, estudioso, comunicador, saber traduzir dados estatísticos em gráficos, redigir relatórios, entre outros.
CICLO DO CONTROLE:
1.  Determinação de Objetivos (a alta administração determina os objetivos da empresa para um período futuro)
2.  Planejamento estratégico estabelecendo metas a serem alcançadas com execução do proposto.
3.  Determinação das atividades (quais setores serão envolvidos estabelecendo metas e objetivos)
4.  Determinação dos recursos necessários para a execução do proposto
5.  Aprovação ou reprovação aqui fara uma analise da viabilidade se necessário volta em 1 para reformular o projeto.
6.  Execução depois de aprovado no item 5, ira para a execução que dependera do envolvimento de cada área e divulgado do plano baseado no item 1.
7.  Comparação dos valores orçados e realizados identificando os responsáveis para cada evento, se necessário buscar fundamentação nos itens 3 e 4 para uma melhor analise.
8.  Comparação, aqui estabelece uma comparação com item 2 para ver se o objetivo foi atingido.
9.  Comparação entre os resultados e objetivos  e frenquentemente retornar no inicio do ciclo de controle para reformular ou não os objetivos desejados. Ressalta-se que como o próprio nome diz e um ciclo e jamais permanecera estático, sempre reformulado e adequando melhorias.

PRINCÍPIOS DA CONTROLADORIA.
·        Principio do controle futuro. (prever para corrigir antes )
·        Principio da agragação dos subsistemas ( deve considerar todos os setores da organização)
ACCOUNTABILITY: É a obrigação de prestar contas dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder.
Vale ressaltar que a controladoria é um departamento que tem a capacidade de agregar todas as informações produzidas pelos diversos departamentos da empresa, o que a torna útil para a tomada de decisão nos aspectos econômicos, financeiros, sociais e ambientais.




 *Graduando 7° Período de Ciências Contábeis.

sábado, 6 de abril de 2013

A importância da escrituração contábil na gestão empresarial. Por Henrique Ricardo Batista


A importância da escrituração contábil na gestão empresarial

DIÁRIO DA MANHÃ
HENRIQUE RICARDO BATISTA
Uma empresa que não possui escrituração contábil é uma organização sem memória, sem identidade e sem as mínimas condições de sobreviver ou de planejar seu crescimento. As informações geradas pela Contabilidade são úteis e de interesse de uma extensa gama de usuários, que podem ser internos (administradores em todos os níveis) ou externos (investidores, Fisco, instituições financeiras, etc.).
O que frequentemente ocorre nas empresas é a tomada de decisão baseada somente na intuição dos gestores, dispensando ou subutilizando as informações contábeis, seja por desconhecimento do real objetivo da contabilidade que é fornecer informação para a tomada de decisão, seja pelo uso restritivo e inadequado da mesma como, por exemplo, somente para atender a normas fiscais. Não é que a intuição deve ser dispensada no processo de tomada de decisão. Ainda mais que ela é um componente importante neste processo. Porém, em decisões importantes - e a maioria das decisões tomadas à frente de uma empresa é importante - ela não pode ser o único componente relevante. Ou seja, a intuição será mais bem utilizada no processo de decisão, quanto melhor e mais completo for o conjunto de informações utilizadas na escolha das alternativas.
Há tempos a contabilidade deixou de ser apenas um instrumento para atender ao Fisco para ser uma importante ferramenta de gestão. Isto, é claro, quando a empresa faz a escrituração contábil. Portanto, saber usar os números contábeis que até pouco tempo ficavam guardados e esquecidos nos livros e relatórios da contabilidade pode diferenciar o empresário de sucesso. 
A falta de preocupação com a escrituração contábil por parte do empresário ou do administrador, principalmente da pequena e média empresa, acarreta uma série de desvantagens que certamente põem em risco a rentabilidade e sobrevivência do negócio. Pela análise dos benefícios de se escriturar, ficam claros os prejuízos da omissão:
a) Se a empresa enfrenta dificuldades financeiras, tem o direito de pedir o benefício da recuperação administrativa e judicial, porém, um dos principais requisitos para a obtenção desse benefício é que se apresente, em juízo, as demonstrações contábeis baseada na escrituração contábil, a relação dos credores e o livro diário escriturado até a data do requerimento, bem como um balanço especialmente elaborado. No caso da falência para que a mesma não seja considerada fraudulenta, a empresa deve cumprir o mesmo ritual relativo à concordata.
b) Em relação às questões trabalhistas, a empresa que não possui escrituração contábil fica em situação vulnerável diante da necessidade de comprovar, formalmente, o cumprimento de obrigações trabalhistas, pois o ônus da prova cabe à empresa, que a faz, mediante a constatação do registro no livro diário através de perícia contábil judicial.
c) As divergências que, porventura, surjam entre os sócios de uma empresa podem ser objetos de uma perícia contábil para apuração de direitos ou responsabilidades. A ausência da escrituração contábil inviabilizará a realização desse procedimento técnico esclarecedor. O Código de Processo Civil dispõe que os livros contábeis preenchidos dentro dos requisitos exigidos por lei, provam também a favor do seu autor no litígio entre empresários.
d) O regulamento da Previdência Social prevê que a fiscalização poderá examinar a escrituração contábil e qualquer outro documento da empresa, a fim de validar se a contabilidade registra o movimento real da remuneração dos segurados a seu serviço. O que o empresário desconhece é que a não manutenção de escrituração contábil regular pode ser tipificada como crime de sonegação de contribuição previdenciária, com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.
e) O Código Tributário Nacional expressa a importância da manutenção da escrituração contábil, quando menciona que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos realizados, devem ser conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários a que se referem.
f) A legislação fiscal considera isento do imposto de renda a distribuição de lucro aos sócios comprovada na escrituração contábil, o que configura uma vantagem na adoção da contabilidade.
g) O Código Civil brasileiro determina que o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Esta obrigação alcança também a empresa enquadrada no Simples Nacional, somente está dispensado da escrituração contábil o Microempreendedor Individual (MEI).
h) A manutenção de escrituração contábil dentro das normas da legislação empresarial e fiscal faz prova a favor da empresa em caso de auto de infração emitida pelo Fisco por crime contra ordem tributária.
i) O empresário necessita de informações para a tomada de decisões e a escrituração contábil é que oferece os dados formais, científicos e universais para maior controle financeiro e econômico para atender essa necessidade, como também para facilitar o acesso as linhas de créditos. A decisão de investir, de reduzir custos, de modificar uma linha de produtos, ou de praticar outros atos gerenciais deve se basear em dados técnicos extraídos dos registros contábeis, sob pena de pôr em risco o patrimônio da empresa e do próprio empresário.
j) A falta da escrituração contábil é uma das principais dificuldades para se avaliar a economia informal, que distorce tanto as estatísticas no Brasil. O desconhecimento da realidade econômica gera decisões completamente dissociadas das necessidades das empresas e da sociedade em geral, o que tem causado prejuízos irrecuperáveis ao País. O registro contábil é importante para, entre outros aspectos, analisar as causas que levam um grande número de pequenas empresas a fecharem suas portas prematuramente.
m) A partir de 2012, é fundamental fazê-la, sobretudo quando a empresa for optante Simples Nacional para que a empresa permaneça enquadrada no regime simplificado de recolhimento de tributos.
Conclui-se, então, que a contabilidade não é um luxo, muito menos um gasto, mas uma necessidade de todo empresário que deseje a prosperidade do seu negócio. 
A escrituração contábil completa é incontestavelmente necessária à empresa de qualquer porte, como principal instrumento de defesa, controle e gestão do seu patrimônio. Empresário, converse com um profissional da Contabilidade e busque mais informações sobre a importância da escrituração contábil. Evite aborrecimento futuros!
(Henrique Ricardo Batista é presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás, contador, especialista em Análise e Auditoria Contábil, empresário contábil, professor universitário. Vogal suplente da Juceg.)

Perguntas e respostas sobre a nova Lei das Empregadas Domesticas.